Regulamentações são necessárias para promover o financiamento aberto na América Latina

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Open Finance na América Latina

O Open Finance pode contribuir para a crescente entrada de novos usuários no ecossistema financeiro na América Latina, a partir do uso de dados coletados na oferta de serviços personalizados ao cliente. O Brasil é considerado referência na adoção de medidas de inclusão, principalmente após a sua atuação durante a pandemia da Covid-19 e a sua parceria colaborativa entre Banco Central e instituições financeiras. 

Desde o lançamento do sistema de finanças abertas, em fevereiro de 2021, ao menos 29 milhões de consentimentos ativos foram registrados, segundo dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Com o Embedded Finance, qualquer empresa pode atuar como um banco, o que acelera consideravelmente o acesso dentro dessa estrutura, além da oferta de produtos que façam sentido no contexto de cada cliente. 

Segundo estudos do Banco Mundial e da Mastercard em parceria com a Americas Market Intelligence (AMI), 27% dos adultos na América Latina não têm acesso a serviços financeiros, enquanto cerca de 91 milhões de latino-americanos não possuem uma conta digital nesse sistema

Inclusive, outros 200 milhões de usuários ainda estão no início de sua jornada de inclusão financeira, com 58% tendo acesso a cartões de crédito, 31% com direito a empréstimos ou linhas de crédito, 28% podendo contratar seguros particulares e 21% ingressando em outros tipos de investimento. Em contrapartida, 13% ainda preferem usar dinheiro em espécie

Dessa forma, de acordo com um novo estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Associação de Tecnologia e Dados Financeiros (FDATA), os governos nacionais e as instituições financeiras precisam melhorar a regulamentação e a capacidade de funcionamento desse sistema, já que apenas cinco países da América Latina (Brasil, Chile, Colômbia, Equador e México) iniciaram de fato esse processo. 

As associações que representam as fintechs em países como Colômbia, México, Peru e Chile estão propondo uma série de padrões conjuntos para o Open Finance na América Latina. Isso pode ser considerado um primeiro passo para realizar essa regulamentação em toda a região, buscando reduzir as assimetrias de informação, promover a competitividade e a inovação no setor e diminuir os custos para os usuários finais. Unificar a legislação regional também permite que essas empresas atuem além dos seus países de origem. 

Para a Gerente do Setor de Instituições para o Desenvolvimento do BID, Susana Cordeiro Guerra, a definição de normas pode contribuir para a criação de parcerias público-privadas nesse processo: “A implementação de um ecossistema de finanças abertas é complexa e requer regulamentos e regras para operar em benefício dos consumidores financeiros. (…) Acreditamos que o Open Finance permitirá às instituições financeiras obter melhores condições de acesso e utilização de produtos financeiros com segurança e eficiência”.

Sendo assim, a América Latina demanda pela implementação imediata do Open Finance em sua totalidade, em prol de maior avanço na inclusão financeira, oferecimento dos serviços financeiros a toda a população e maior transparência com os consumidores, impulsionando a transformação econômica e social da região.

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