Com múltiplos casos de uso para empresas dos mais diversos setores de atuação, o Embedded Finance é um dos pilares mais sólidos do ecossistema financeiro atual.
Segundo dados da Juniper Research, o mercado global de Embedded Finance deve ultrapassar US$ 138 bilhões neste ano. No Brasil, em 2024, o segmento movimentou cerca de US$ 4,31 bilhões, com uma taxa de crescimento anual de 26,2%. A estimativa é que, no país, ele alcance os US$ 13,82 bilhões até 2029.
O Embedded Finance está desenhando um novo cenário para o ambiente financeiro nacional, que se caracterizou historicamente por uma forte concentração dos serviços nas mãos dos grandes bancos, abrindo a possibilidade de incorporar serviços financeiros em empresas não financeiras. Tudo isso graças ao forte apoio de regulações e o desenvolvimento de novas soluções tecnológicas, que ajudam a criar um ecossistema cada vez mais conectado e acessível.
Segundo Marcelo França, CEO e fundador da Celcoin, o Embedded Finance desempenha um papel importante na construção do novo horizonte dos serviços financeiros no Brasil. Em painel realizado no Web Summit Rio 2025, evento realizado entre os dias 27 e 30 de abril, ele destacou: “Após o surgimento das fintechs atreladas a figura das IPs e SCDs, que estimularam a atração de novos usuários e entrantes no ecossistema, o Embedded Finance está ganhando espaço como uma possibilidade importante para empresas não financeiras oferecerem serviços dessa natureza diretamente para seus públicos – clientes, lojistas, fornecedores e colaboradores – sem a necessidade de se tornarem um banco de fato”.
A explosão de serviços financeiros invisíveis ou embarcados nessas empresas tem sido notória, na visão de Marcelo. “Qualquer empresa tem a capacidade de explorar esses relacionamentos, pois o mercado conta hoje com bons parceiros de infraestrutura e suporte regulatório do Banco Central para estimular a competição do setor financeiro”.
A oferta de serviços financeiros está cada vez mais atrelada aos negócios
O Embedded Finance possibilita a geração de novas receitas para empresas não financeiras, sem prejudicar seu core business. “Ao passar a oferecer crédito para seu cliente, as organizações geram novas fontes e se apropriam desse dinheiro. Além disso, melhoram sua relação com o consumidor, que muitas vezes pode estar com seu nome negativado e dificuldade de acesso aos recursos – isso eleva seu poder de compra e o torna fidelizado”, afirma França.
A regulação e a infraestrutura tecnológica disponíveis no mercado permitem, por exemplo, que um varejista disponibilize esses recursos financeiros de forma simplificada. “Antigamente, para oferecer serviços financeiros, a companhia precisava abrir seu próprio banco e o consumidor só tinha acesso a recursos internos por meio de cartões de crédito white label. Hoje, graças ao Embedded Finance, um varejista consegue colocar um projeto desses no ar entre 30 e 60 dias, utilizando a infraestrutura de fornecedores especializados no assunto, sem precisarem se tornar uma instituição financeira”.
França destaca quatro eixos que devem ser levados em conta para consumidores, lojistas, fornecedores e colaboradores. “Ao invés de tomar crédito no banco, o fornecedor pode fazer isso direto com o varejo, assim como seus próprios colaboradores, por meio do empréstimo consignado privado. Vale analisar o fluxo de dinheiro em cada frente, o relacionamento com cada público e os benefícios disso para a empresa”.
Brasil na dianteira
Quando o assunto é a penetração dos serviços financeiros e regulação, o Brasil se destaca, muitas vezes estando à frente em alguns aspectos de mercados mais maduros, como os Estados Unidos. De acordo com França, além da forte abertura para a inovação, a concentração financeira também é um ponto que estimula os avanços. “O fato de os serviços financeiros estarem aglutinados em cinco grandes bancos motivou o Banco Central a criar a agenda BC+, que vem impulsionando mudanças importantes e gerando novas oportunidades para muita gente”.
Apesar de caminhar a passos largos, o Embedded Finance ainda encontra alguns desafios no país. “O principal deles é mostrar para as empresas que é possível embarcar as finanças. Para isso precisamos desenvolver um business plan detalhado e mostrar exemplos bem-sucedidos. Quanto mais casos aparecem, mais outras empresas se sentem estimuladas a abraçar esse caminho”, diz Marcelo.
Para ele, o Embedded Finance é uma tendência que veio para ficar. “Ainda estamos no começo, mas há muito potencial de crescimento. Nos últimos tempos, houve a criação de um grande volume de FIDCs utilizados para essa finalidade e hoje temos mais dinheiro nesses fundos de crédito do que em fundos de ações”.
E a Celcoin pretende contribuir para expandir esse movimento no país, como uma infratech protagonista. “Estamos focados em nos tornamos o principal player de infraestrutura de Embedded Finance no país, liderando essa onda e ajudando o cliente a viabilizar essa possibilidade de embarcar serviços financeiros em seu negócio, com tecnologia de ponta, atendimento que valoriza o cliente e amplitude de oferta”, conclui.
Para saber mais, conheça o cel_bricks: o Embedded Finance da Celcoin.