Em cinco anos de existência, sistema aberto contabiliza 100 milhões de autorizações de compartilhamento de dados e de pagamentos
Após cinco anos, o Open Finance evoluiu até mais rápido do que o esperado pelo Banco Central do Brasil. O número de autorizações de compartilhamento de dados e de pagamentos chegou a 100 milhões e são 65 milhões de contas conectadas por intermédio de Open Finance. Em termos de chamadas de API, por semana, são 4 bilhões de chamadas de um banco a outro. E, somente durante o mês de julho, foram 5 milhões de pagamentos realizados por intermédio da infraestrutura, somando R$1,2 bilhão.
“É um ecossistema que já é considerado um dos maiores sucessos do mundo, em termos de abrangência, números de instituições participantes e adesão de clientes”, destacou Mardilson Queiroz, chefe do departamento de regulação do sistema financeiro do Banco Central, ao participar de transmissão ao vivo.
O Open Finance parte da premissa de que o cliente bancário é dono dos próprios dados e pode usá-los para obter benefícios, como, por exemplo, um financiamento com taxa de juros mais barata, em condições melhores, redução de tarifas bancárias e mais liberdade para fazer seus pagamentos a partir de múltiplas contas, usando o aplicativo do banco que escolher. Trata-se de uma grande infraestrutura de comunicação no sistema financeiro, por meio da qual os bancos se comunicam entre si.
Com isso, o cliente aumenta o seu poder de barganha junto aos ofertantes dos serviços financeiros, que são os bancos e as demais instituições autorizadas pelo Banco Central, já que pode decidir para quem e qual é o momento oportuno para movimentar os seus dados de um banco para outro. Além de transacionar os seus recursos disponíveis nas instituições de uma forma mais simples e mais personalizada.
“São cinco anos desde a estruturação de todo o processo e, hoje, nós já temos, de forma palpável, benefícios, tais como melhor gerenciamento financeiro com possibilidade de visualização das contas em um único aplicativo, sem precisar sair de um app e entrar em outro. E também uma melhor gestão dos portfólios de investimentos, uma maior possibilidade de comprovação de renda, inclusive, de trabalho informal, que é comum no Brasil”, assinalou Mardilson Queiroz.
A análise do BC é que a estrutura aberta já é grande e as pessoas estão usando sem saber, porque é algo de bastidor. Um exemplo é a integração de Open Finance com o pagamento instantâneo. Dentro da agenda evolutiva, o Open Finance viabiliza fazer Pix por aproximação em lojas físicas e pagamentos em e-commerce de forma mais simplificada. O Pix Automático também tem soluções de modelos viabilizados por meio do Open Finance. “Open Finance permite a integração do mundo não-financeiro com o mundo financeiro de uma forma mais simples para o cliente”, detalhou Queiroz.
Com relação às instituições financeiras, Queiroz assinalou que bancos digitais e instituições de pagamento estão usando bastante o Open Finance, para visualizarem de uma forma mais rápida os benefícios que eles podem entregar para os clientes.
“A gente observa esse movimento muito forte por parte dos bancos digitais e já temos mapeados vários benefícios, em termos de economia de juros em operações de créditos, por exemplo”, disse.
