Por décadas, o carnê de papel foi disponibilizado por grandes varejistas e utilizado por uma parcela significativa de brasileiros – todos os meses era preciso ir à loja saldar o débito. Esse meio de pagamento, com o advento da tecnologia, ganhou uma versão similar e digital, que recebeu o nome de Buy Now Pay Later (“Compre Agora e Pague Depois”).
A modalidade surgiu durante a pandemia e ganhou força a partir de 2022, com várias fintechs se dedicando à oferta desse produto financeiro, assim como os bancos digitais. Ao longo dos anos, o BNPL foi conquistando espaço no mercado. Segundo um estudo feito pela consultoria Gmattos, hoje é o terceiro meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros no e-commerce, ficando atrás apenas do cartão de crédito e do Pix.
Outro levantamento, produzido pelo Morgan Stanley, apontou que o percentual de aceitação do Buy Now Pay Later no país passou de 11% para 18% no primeiro trimestre de 2024 – em 2022, era de apenas 3%. A previsão é que o volume de transações feitas por esse tipo de meio de pagamento no mercado brasileiro atinja US$ 31 bilhões em 2028 – para 2025, a estimativa é de US$ 10 bilhões.
O BNPL permite que o consumidor adquira um produto e pague posteriormente, sem juros ou com taxas menores do que as aplicadas pelo cartão de crédito. Além disso, conta com uma liberação muito mais ágil do que a oferecida pelo carnê de papel – muitas vezes chega a ser imediata.
A oferta de BNPL está diluída no mercado, conforme dados da pesquisa da Gmattos. Do total, 50% está nas mãos de fintechs, 30% é feita pelo varejo e 26,7% pelos bancos, diretamente aos seus correntistas.
Por que o BNPL está crescendo no Brasil?
Há diversos fatores que estão impulsionando o crescimento do BNPL no mercado brasileiro. A começar pelo interesse crescente das lojas em diversificar as formas de pagamento, motivadas pela variedade de ofertas feitas por fintechs desse segmento. O perfil do consumidor também mudou, se tornando muito mais digital e exigente.
Além disso, o Buy Now Pay Later pegou carona no fortalecimento e evolução do Pix – a cobrança mensal é feita via sistema de pagamento instantâneo, algo que o brasileiro já está bastante familiarizado. Muitas empresas inclusive ofertam seu produto de BNPL como “Pix parcelado”, para facilitar o entendimento.
Não podemos deixar de mencionar também o aumento da procura por crédito por parte de uma população com difícil acesso, além da crescente penetração desse meio de pagamento no comércio eletrônico.
Desafios e soluções
Apesar de ser uma solução financeira prática e agregadora, o BNPL traz alguns desafios importantes. Sua implementação requer uma série de etapas, que precisam estar de acordo com as regulamentações vigentes, incluindo licenças do Banco Central.
Entre elas estão:
- Adoção de uma estrutura completa e eficiente de análise de crédito;
- Emissão de CCB (Cédula de Crédito Bancário) sobre o valor total da compra;
- Transferência da dívida para um Fundo de Investimento de Direitos Creditórios (FIDC);
- Gerenciamento da cobrança.
Além disso, fazer a gestão do risco é outro aspecto importante a ser considerado, o que demanda cautela e análise de crédito criteriosa.
Para mitigar esses desafios, muitas empresas fazem parcerias com provedores especializados em modelos “as a Service”, como infratechs financeiras, o que permite a elas buscar seu espaço no mercado de pagamentos e aprimorar a experiência do cliente, sem se preocupar com questões regulatórias e tecnológicas, que são geridas pelas plataformas terceirizadas.
A Celcoin é uma infratech financeira referência em soluções “as a Service” voltadas a banking, pagamentos e crédito. Por meio de uma tecnologia pioneira de Embedded Finance, ela integra a empresas de todos os setores a infraestrutura regulatória e tecnológica necessária para que elas ampliem seu portfólio de serviços, incluindo meios de pagamento como o Buy Now Pay Later.