As recentes mudanças regulatórias promovidas pelo Banco Central, que incluem a introdução do CADOC 3044 e CADOC 3060, prometem transformar a rotina de instituições financeiras em todo o país e trazer desafios importantes para sua operação. Para trazer clareza sobre o tema, a Reg+, plataforma de soluções regulatórias da Celcoin, promoveu um webinar com seus especialistas, trazendo explicações sobre as novas exigências, o impacto delas no modelo de negócios e o papel da tecnologia como importante aliada no cumprimento dessas novas obrigações com agilidade e segurança.
Sobre o CADOC 3044 e CADOC 3060, André Gibbon, Carlos Henrique Ribeiro Pelliciari, Cassio Damasceno e Luiggi Senna, da Reg+, foram unânimes em afirmar: as novas regras vão trazer mais transparência, porém, devem demandar boas doses de agilidade, organização e precisão por parte das empresas no detalhamento das informações reportadas ao Banco Central.
“A implementação do CADOC 3044 e do CADOC 3060 são sinalizações de que o Bacen está acelerando a agenda de modernização regulatória que vai reconfigurar como as instituições financeiras e assemelhadas têm que reportar suas operações. Isso impacta modelos de negócios que estão vigentes no mercado e as organizações terão pouco tempo para se adaptarem, por conta dos prazos apertados”, analisa Luiggi Senna.
O impacto das novas regras
Uma das principais alterações promovidas pelo CADOC 3044, criado pela Instrução Normativa BCB nº 530/2024 e que entra em vigor logo no início de novembro deste ano, é a mudança na periodicidade do envio dos relatórios que trazem informações sobre operações de crédito, como concessões, garantias, estornos, cancelamentos, liquidações e renegociações – de obrigação mensal, passa a ser diária.
“O dia a dia vai ficar mais complicado, pois a partir de agora o fluxo de envio de informações deve ser atualizado junto ao órgão regulador praticamente em tempo real. O Banco Central será bastante rigoroso na exigência do cumprimento dos prazos, no detalhamento e precisão das informações reportadas, sob pena de multas e notificações”, explica Senna.
Já o CADOC 3060, definido pela Instrução Normativa BCB nº 621/2025 e que já está válido desde o começo de julho deste ano, exige o envio mensal de dados referentes a juros e encargos aplicados em operações de cartão de crédito. Abrange operações ligadas ao rotativo quanto ao parcelamento de faturas e deve ser entregue até o 10º dia útil do mês seguinte ao de referência. “Esse informe é um pouco menos abrangente que o CADOC 3044, com foco nos bancos, financeiras, Caixa Econômica e sociedade de arrendamentos”, detalha Luiggi.
Desafios do CADOC 3044 e do CADOC 3060 para as empresas
A implementação dessas regulamentações deve trazer vários desafios para as empresas. “Todas as áreas da organização precisam estar atentas o tempo todo às mudanças regulatórias. É um exercício contínuo de monitoramento, interpretação e adaptação às novas regras. Isso demanda uma mobilização de várias áreas, como tecnologia, contabilidade, compliance, dados, jurídico, entre outros. Não é algo exclusivo de um departamento apenas”, aponta Luiggi.
Segundo ele, isso significa que é preciso não somente investir em sistemas e processos, mas também capacitar o time como um todo e manter uma boa governança para que a organização tenha agilidade de resposta, evitando perdas financeiras e de ordem reputacional. “As empresas vivem no dilema sobre se fazem a locação de investimento em uma nova funcionalidade ou reforçam sua estrutura para atender as normas do Bacen. Compliance não é algo opcional. O custo de não atendimento a essas exigências pode ser muito maior do que o ganho com novos produtos no curto prazo. O órgão regulador não se mostra impaciente com os atrasos e vai em cima das empresas para cobrar as obrigações”.
A necessidade de aumentar a agilidade na entrega dos relatórios impulsiona as empresas a repensarem muitos aspectos de sua operação, principalmente no que diz respeito aos dados. “Elas precisam repensar o fluxo de captura, o processamento de validação, pois esses dados serão auditados praticamente em tempo real. Se as companhias não se prepararem, não conseguirão reportar as informações de acordo com as exigências do BC”, reforça o especialista da Reg+.
André Gibbon aponta ainda o fato de que muitas empresas, principalmente de grande porte, têm sistemas legados e trabalham com múltiplos sistemas de crédito e fontes de dados, o que aumenta ainda mais o desafio e reforça a corrida pela adequação antecipada. “As empresas precisam prestar atenção na conciliação de dados de diferentes fontes, pois caso haja inconsistências e atrasos diários no envio de informações corretas e em conformidade, isso se torna uma bola de neve”.
Tecnologia como base dessa mudança
Os especialistas da Reg+ destacaram o papel da tecnologia como uma importante aliada para ajudar as empresas a se adequarem com rapidez às novas determinações do Banco Central. “As instituições que começarem desde já a revisar processos e adotar soluções integradas terão mais tranquilidade para atender aos prazos”.
Durante o webinar, eles mostraram o funcionamento da plataforma da Reg+, solução que permite a coleta de dados, gerenciamento, conciliação e envio de dados ao Banco Central, atendendo às suas exigências com conformidade, eficácia e segurança. “Nós ajudamos a identificar pontos de falha na estruturação da empresa para cumprir essas regras”, diz Luiggi.
Ao unir tecnologia de ponta e expertise regulatória, a empresa se consolida como parceira estratégica das instituições financeiras e fintechs, oferecendo soluções capazes de simplificar processos, reduzir riscos e garantir conformidade em um cenário cada vez mais dinâmico e desafiador.
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