“Queremos consolidar nossa posição de principal infraestrutura de serviços financeiros da América Latina”. Esse é o desejo primordial de Marcelo França, CEO e fundador da Celcoin, para os próximos passos da companhia. Marcelo participou recentemente do podcast Show Business, apresentado por Bruno Meyer, e contou um pouco mais sobre a história da empresa, os passos mais recentes, como a realização de cinco M&As com foco no crescimento, e as perspectivas para o futuro.
Marcelo conta que, ao criar a Celcoin, em 2016, tinha o grande sonho de democratizar o acesso aos serviços financeiros. “Na época, cerca de 70 milhões de brasileiros iam para as lotéricas todos os meses pagar suas contas com um smartphone no bolso. A partir daí, veio a ideia de sanar essa dor e criar uma infraestrutura tecnológica para que todos pudessem usá-lo para fazer esses pagamentos de onde estivessem”.
A partir disso, milhares de micro e pequenas empresas passaram a usar essa tecnologia via aplicativo. E, anos depois, reposicionada como uma infratech financeira, a infraestrutura foi ampliada para diversos outros serviços de pagamento, banking e crédito, aplicada por empresas de diferentes portes e setores de atuação. O negócio deu tão certo que, atualmente, a Celcoin conta com mais de 6 mil clientes conectados à sua plataforma, entre bancos digitais, fintechs, instituições financeiras e demais empresas.
Trajetória da Celcoin no mercado
Ao analisar a trajetória da Celcoin no mercado até os dias atuais, Marcelo divide a empresa em duas etapas: a primeira envolve uma necessidade maior de atendimento das demandas tecnológicas de fintechs e bancos de médio porte, que buscavam oferecer os mesmos serviços das instituições financeiras tradicionais.
E a segunda traz um escopo mais amplo, com a disponibilização de soluções financeiras para o varejo, indústrias e ERPs. “Essas empresas têm quatro grandes eixos em comum: fornecedores que querem antecipar seus pagamentos, clientes que buscam financiar suas compras, lojistas e distribuidores que precisam de uma conta para receber, além de antecipar seus recebimentos, e funcionários que almejam adiantar seus salários por meio de empréstimo consignado”, ressalta Marcelo.
Em comparação com a AWS, empresa da Amazon que oferece serviços de computação para o mundo todo, Marcelo destacou que “a Celcoin quer ser essa referência, mas de serviços financeiros para bancos, fintechs ou empresas que precisem de soluções de pagamento e serviços de banking, e que consigam se conectar facilmente com nossa infraestrutura”.
Descentralização do crédito e finanças embarcadas
Durante a conversa com o apresentador do Show Business, o CEO da Celcoin fez uma avaliação das transformações vivenciadas pelo crédito nos últimos tempos, com foco na descentralização.
“Quando a Celcoin começou a atuar no mercado, os recursos eram concedidos por cinco grandes instituições financeiras. De lá para cá, muitas fintechs entraram nesse mercado e agora a descentralização está sendo reforçada por meio das finanças embarcadas em outras empresas”, avalia. “Todos querem participar da cadeia do crédito”, complementa.
Indagado por Meyer sobre como está o momento atual do varejo, o CEO da Celcoin falou sobre o mercado, ressaltando sua crença na força dos serviços financeiros embarcados como uma fonte de receitas importante para incrementar o ecossistema. “Antigamente, cada loja tinha apenas uma maquininha e uma conta para depositar o dinheiro obtido. Hoje, estamos vendo uma participação cada vez maior do varejo físico e online no fluxo financeiro que envolve a empresa com seus clientes, fornecedores e colaboradores”.
Inovação no setor financeiro
Na visão de França, o Open Finance e o Pix foram as duas grandes inovações capitaneadas pelo Banco Central, instituição que tem sido fundamental nos últimos anos para modernizar o setor financeiro. “Quando se propôs a criar a agenda BC+, o Bacen tinha como principal objetivo estimular a competição e reduzir os spreads, permitindo que o consumidor final tivesse acesso a serviços financeiros com condições melhores. No mundo do crédito vamos ver muita evolução pela frente. O grande beneficiado será o consumidor, que terá serviços financeiros melhores”, conclui.
Confira o podcast completo: