Na última semana de novembro, o Banco Central (BC) promoveu o workshop virtual Deep Dive Into Pix. Realizado pelos departamentos de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro (Decem) e de Assuntos Internacionais (Derin) do Banco Central, o encontro reuniu representantes de 26 bancos centrais e reguladores financeiros da Europa, da América do Norte, da América do Sul e da África. O evento abriu portas para o desenvolvimento de pagamentos transfronteiriços instantâneos.
O diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do BC, Renato Dias de Brito Gomes, ressaltou que, apesar de haver muito trabalho pela frente, a conexão dos sistemas domésticos de pagamentos instantâneos é um caminho possível para o início de projetos de pagamentos instantâneos transfronteiriços.
Segundo Gomes, a colaboração entre os países “abre as portas para o desenvolvimento de pagamentos transfronteiriços instantâneos. Conectar sistemas domésticos de pagamento instantâneo é certamente um caminho possível para esse fim. No entanto, ainda há muito trabalho a ser feito para harmonizar regulamentação, tecnologia e operações em diferentes sistemas de pagamento”.
Durante o evento, Gomes fez questão de reiterar a segurança do Pix. Ele explicou que “os aplicativos dos bancos e demais ofertantes do serviço são testados intensivamente”. Entre os atrativos do Pix, para além da instantaneidade, Gomes citou o baixo custo, detalhando que as transações entre pessoas físicas são gratuitas.
“O consumidor utiliza o Pix por meio do aplicativo do seu próprio banco, que já é conhecido e no qual ele confia. Ou seja, o Pix já nasceu integrado ao cotidiano das pessoas e das empresas”, disse Gomes.
O diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do BC também destacou que não há exigência de hardware, software ou aplicativos específicos. Para o usuário realizar a transação, é preciso apenas ter um celular ou internet banking. Gomes lembrou ainda que o Pix se insere numa agenda de inovações construída pelo Banco Central, que reúne pagamentos instantâneos, Open Finance e o Real Digital.
Ainda durante o evento, que contou com a participação do Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos (Deban) e do Departamento de Tecnologia da Informação (Deinf), Renato Gomes observou a acessibilidade do sistema. Segundo o diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do BC, “desde o início, o BC decidiu que o Pix deveria ser aberto, acessível, simples e seguro para, de forma eficiente, endereçar as falhas de mercado e complementar os métodos de pagamento então existentes no país”.