O mapeamento semestral de casos de uso realizado pelo Banco Central do Brasil aponta que, do início da implementação de fato do Open Finance, em 2021, até 30 de junho de 2025, R$ 31 bilhões em operações de crédito originaram-se da análise dos dados compartilhados por Open Finance. As fintechs beneficiaram cerca de seis milhões de seus clientes com oferta de crédito a partir da análise dos dados compartilhados, gerando R$ 5,4 bilhões de novos créditos para a população no período.
Em cinco anos, o sistema financeiro aberto contabiliza 103 milhões de autorizações ativas de compartilhamento de dados, envolvendo 68 milhões de contas – essa diferença acontece porque o titular da conta pode decidir levar seus dados para mais de uma instituição, se quiser. Em relação a pagamentos e transferências, Open Finance registrou movimentação de R$ 1,16 bilhão somente em julho deste ano.
Já o uso do Pix por meio de Open Finance registrou crescimento exponencial nos últimos doze meses. O volume de transações passou de 546 mil em julho de 2024 para 4,7 milhões em julho de 2025, o que representa alta de quase oito vezes.
“Em apenas cinco anos, construímos um dos maiores ecossistemas de finanças abertas do mundo”, destacou o presidente do Banco Central do Brasil (BC), Gabriel Muricca Galípolo, em sua mensagem em vídeo na abertura do evento que marcou os cinco anos de Open Finance, realizado em Brasília pelo Banco Central do Brasil em parceria com a Associação Open Finance (AOF) e com a Federação Nacional de Associações dos Servidores do Banco Central (Fenasbac).
Desde a sua regulamentação, o Open Finance tem evoluído de maneira acelerada e consistente. “Open Finance busca construir um sistema cada vez mais aberto, justo e conectado às reais necessidades da sociedade; e vem transformando a forma do brasileiro se relacionar com o sistema financeiro e de pagamentos”, completou Galípolo.
Os números relativos a Open Finance refletem uma crescente confiança da população na possibilidade de compartilhar seus dados com segurança em busca de produtos mais adequados, preços menores e melhores serviços. “Open Finance mostra ser não apenas tecnologia, mas também inclusão, autonomia e poder de escolha”, ressaltou Galípolo.
Como um projeto estratégico do Banco Central, o Open Finance força uma transformação profunda no sistema financeiro brasileiro, buscando promover a inovação, concorrência, eficiência e cidadania financeira para ampliar o acesso e a qualidade dos serviços disponíveis. “Para os clientes, significa crédito mais barato, investimento mais rentável e solução de pagamento mais conveniente. Para as instituições, representa uma oportunidade de modernização, uso estratégico dos dados e maior eficiência, permitindo ofertas mais assertivas e serviços aprimorados”, enumerou Galípolo.
Ao comemorar cinco anos de Open Finance, o BC celebrou também a maturidade da governança do ecossistema com a fundação e consolidação da Associação Open Finance, que passa a desempenhar papel cada vez mais central na infraestrutura e na evolução técnica do projeto, além de monitoramento, planejamento e comunicação. A AOF é responsável pela governança do ecossistema e conta com a presidente, Ana Carla Abrão, além de diretores e corpo técnico próprios.
“Open Finance é uma revolução silenciosa”
Ao abrir o painel de discussão, Mardilson Fernandes Queiroz, chefe do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do BC, também chamou atenção para o quão o projeto de Open Finance é estratégico para o Banco Central. “Ele é uma revolução silenciosa que está redesenhando a forma de como o cidadão brasileiro se relaciona com o sistema de financeiro e sistema de pagamento. Não é apenas uma questão, uma mudança de tecnologia e, sim, de aplicação e o uso da tecnologia para mudar a cultura, colocando o cidadão no centro das relações e decisões financeiras, deslocando um pouco a centralidade do intermediador para o cidadão”, frisou Queiroz.
Para tocar um projeto com essa envergadura de inovação, pilares de regulação, supervisão, autorregulação e auto supervisão são essenciais. Ao longo desses cinco anos, Open Finance saiu de ser uma promessa para se tornar realidade. Nesse caminho, um dos grandes marcos, na visão de Gilneu Francisco Astolfi Vivan, diretor de Regulação do BC, foi o uso de tecnologia e de dados para aumentar a concorrência e gerar melhores produtos ao cidadão.
“Outro marco importante também é que Open Finance não é um serviço, mas uma plataforma, ou seja, se ninguém entrar oferecendo alguma coisa, ele não entrega nada. A gente vê, com a maturidade do sistema e a confiança no ecossistema, um aumento crescente dos produtos oferecidos para a sociedade, inclusive, produtos que antes estavam somente disponíveis para grandes fortunas”, assinalou.
Além disso, a integração com o Pix adicionou uma oferta de funcionalidades e possibilidades diferentes de pagamento, ampliando a perspectiva do projeto, como as transferências inteligentes, pelas quais o cliente pode pegar o dinheiro de um banco para pagar uma conta em outra instituição, e o Pix por aproximação. A expansão de serviços que utilizam a infraestrutura de Open Finance inclui ainda a implementação da portabilidade de crédito via Open Finance, com o potencial de tornar esse processo mais ágil, seguro e vantajoso para o consumidor.
Na visão de Gilneu Vivan, a qualidade e a confiança no sistema são fundamentais para que mais produtos e serviços sejam desenvolvidos e ofertados. E, para além da confiança no sistema, a educação digital vai permitir que, efetivamente, o cliente se beneficie de todos os serviços.
“Como atualmente tudo está conectado, é intempestivo garantir que os dados que vão trafegar tenham qualidade, para que, efetivamente, você possa prestar um bom trabalho. Outro desafio importantíssimo é a transparência. A gente precisa ajudar o consumidor a entender o ecossistema, a entender os consentimentos, as consequências dos consentimentos que ele está dando e, ao mesmo tempo, associar o benefício que ele está tendo ao consentimento que deu”, disse o diretor.
Como uma infratech pioneira em Open Finance no Brasil, a Celcoin segue investindo em um compartilhamento de dados cada vez mais eficiente e aplicado a diversos casos de uso, como o Iniciador de Transação de Pagamento (ITP). Assim, empresas de qualquer segmento podem aprimorar suas ofertas e ampliar seu portfólio de serviços.





