O Open Finance acumula números que comprovam sua evolução desde quando foi implantado no Brasil, há quase cinco anos. Ao todo, 55 milhões de clientes já compartilharam seus dados financeiros, o que representa um terço da população bancarizada no Brasil. O ecossistema contabiliza cerca de 3,3 bilhões de chamadas de APIs por semana e aproximadamente mil instituições participantes, segundo o Banco Central.
Esses avanços, que têm como base várias conquistas técnicas e regulatórias, estão impondo novos desafios para o Open Finance, entre eles a falta de retorno tangível após o compartilhamento dos dados. Ou seja, as empresas estão diante do questionamento de como gerar valor para o cliente por meio dos dados e estimulá-lo a manter seu consentimento, com foco na experiência e conveniência proporcionadas por essas tecnologias.
Os especialistas são claros: se o cliente não enxerga um retorno desse compartilhamento, ele cancela o consentimento. Atualmente, conforme dados do BC, o Open Finance soma mais de 50 milhões de consentimentos ativos. E um dos incentivos para assegurar essa autorização de compartilhamento de informações é apostar em uma jornada clara, com a oferta de serviços financeiros certos na hora certa, e que funcionem para resolver problemas da vida real.
De acordo com o BC, as instituições que fazem parte do Open Finance estão conseguindo aproveitar os dados compartilhados pelos usuários para promover melhorias nos produtos e serviços, além de criar condições melhores para eles. Segundo o último Relatório de Estabilidade Financeira da instituição, foram mapeados 139 casos de uso a partir do Open Finance no segundo semestre do ano passado. E até o momento foram concedidos cerca de R$18 bilhões em crédito como reflexo do Open Finance.
Pesquisa do Google destaca a falta de aproveitamento dos dados
Optar pelo Open Finance é um gesto de confiança e uma oportunidade valiosa para os bancos e fintechs. Apesar das constatações do Banco Central, a quarta edição do FinFacts, estudo feito pelo Google Cloud, aponta que poucas instituições financeiras estão explorando plenamente as vantagens do ecossistema.
● Metade das instituições financeiras não abriu conta corrente em tempo real e duas delas levaram mais de 72 horas para concluir o processo. Considerando que esse é o primeiro contato real com a empresa financeira, um processo lento na largada pode comprometer a experiência e a percepção sobre a marca antes mesmo de a conta ser usada pela primeira vez, avalia o Google.
● 11 delas não ofereceram nenhum produto ou serviço – seguros, empréstimos, acessos a programas de viagens, cartões, condições especiais em parceiros ou financiamentos – em até 30 dias após a abertura da conta. Esse processo é só o começo de um vínculo entre o cliente e o banco. Pelo fato de os brasileiros terem uma ou mais contas em instituições financeiras diferentes, sai na frente quem marca presença no dia a dia, com ofertas relevantes e bom timing.
● Apenas 4 instituições disponibilizaram algum produto financeiro ou benefício logo após o acesso ao Open Finance, desperdiçando um dos gatilhos mais promissores para ativar ofertas personalizadas. Para o Google, a IA abre caminho para trabalhar ainda melhor os dados, fazendo ofertas ainda mais personalizadas e relevantes, e isso pode ajudar a evoluir a relação para algo mais inteligente e proativo.
● 4 instituições exigiram um novo cadastro para o cliente contratar um cartão de crédito, mesmo já tendo uma conta ativa. A repetição de etapas, como preenchimento de formulários e envio de documentos, fragmenta a jornada, quebra a sensação de continuidade e transmite a impressão de que o banco ou a fintech não reconhece quem está do outro lado, causando uma fricção desnecessária.
● 16 dos 19 aplicativos analisados apresentaram falhas e instabilidades, como problemas com o login, erros ao executar funções básicas como pagamentos, falhas de autenticação e sistemas fora do ar. Uma boa experiência vai além de um design azeitado ou funcionalidades avançadas: tudo precisa funcionar. Lidar com erros frequentes não é só frustrante, é cansativo, e pode fazer até as tarefas mais simples parecerem um esforço desnecessário.
● 6 instituições ainda não oferecem a possibilidade de realizar transações com o saldo de outra conta por meio do Open Finance. Segundo o estudo, essa limitação quebra o fluxo e reduz o impacto do Open Finance na rotina do cliente. Ao permitir que o usuário transacione diretamente com seus outros saldos, o app se posiciona como centro de comando das finanças pessoais do usuário. “É aqui que mora o valor: facilitar a vida do cliente, eliminar fricções e consolidar o papel do banco como principal ponto de contato com o dinheiro, mesmo que ele esteja em outro lugar”, ressalta o Google na pesquisa.
Entre os achados do levantamento, que contempla a participação de 19 instituições financeiras, entre bancos tradicionais e fintechs, alguns chamam a atenção:
Qualidade dos dados que trafegam pelo Open Finance
Um dos pontos que ainda se torna um entrave para uma boa parte das empresas hoje no ecossistema do Open Finance não é a coleta de dados, mas sim a chegada deles de forma desestruturada para as áreas de negócio, o que muitas vezes dificulta a formulação de novos produtos e serviços ajustados às reais necessidades dos clientes.
Na agenda Open Finance do Banco Central para este ano e os próximos estão previstos avanços em três frentes: melhoria de performance e qualidade de dados que trafegam no sistema, novas soluções ligadas ao crédito – incluindo a portabilidade – e o aprimoramento da experiência das PMEs.
Em termos regulatórios, há algumas iniciativas em andamento, como normas para as prestadoras de serviços de ativos virtuais e para o modelo de Banking as a Service (BaaS), que devem estar em operação no segundo semestre de 2025, e algumas atualizações de iniciativas já existentes.
Celcoin como infratech pioneira em Open Finance
A Celcoin possui licença de Iniciadora de Transações de Pagamentos (ITP) e uma infraestrutura robusta para que o cliente trabalhe com a licença Celcoin (IPs ou SCDs) ou com a sua própria, seja para o consumo de dados ou a realização de pagamentos.
Sua plataforma está sempre em dia com as alterações regulatórias, o que permite a emissão de relatórios para o Open Finance atualizados com todos os dados requisitados pelo Banco Central. A Celcoin foi inclusive a primeira empresa da América Latina a obter a FAPI 2.0 (Financial-grade API 2.0), certificação que visa assegurar que suas APIs sejam protegidas contra ataques e que a comunicação entre cliente e servidor seja confiável.
Para saber mais sobre como a Celcoin pode te ajudar a operar no ecossistema do Open Finance com eficiência e segurança, acesse nosso site ou fale com um de nossos especialistas!