Em 2023, a agenda do Banco Central (BC) para o Pix apresenta duas prioridades. Entre as metas do regulador para o meio de pagamento instantâneo, estão o lançamento do Pix Automático e novas funcionalidades para aumentar a segurança nas transações.
Segundo o BC, o Pix Automático será uma inovação para atender demandas de usuários em pagamentos recorrentes. A funcionalidade será usada para quitar contas referentes a serviços como mensalidades de escolas, academias, assinaturas de serviços de telefonia, streaming e serviços públicos.
A nova funcionalidade do Pix é voltada para pagamentos periódicos e será semelhante ao débito automático. A novidade é que o pagamento poderá ser feito sem a necessidade de estabelecer convênios bilaterais. De acordo com o BC, será “uma experiência de uso padronizada e aprimorada, utilizando todos os benefícios do Pix”.
Segurança reforçada
Outra promessa do BC para aprimorar a experiência dos usuários do Pix está relacionada à segurança. Também em 2023, o Pix terá um novo dispositivo para marcação de fraude. O regulador vai apertar o cerco contra os fraudadores.
Hoje, as contas usadas para operações fraudulentas, também conhecidas como “contas laranjas”, são identificadas como suspeitas. Em 2023, os CPFs relacionados a essas contas também serão identificados como suspeitos. Segundo o BC, a medida vai aumentar os requisitos de segurança, pois evitará que os fraudadores continuem criando contas bancárias.
Outra meta do BC para garantir mais segurança às transações feitas com Pix é aprimorar os mecanismos de devolução. O regulador vai desenvolver uma nova versão do Mecanismo Especial de Devolução (MED), que será apresentado como MED 2.0. A meta é aumentar a eficiência do sistema de devolução de recursos em episódios comprovados de fraude.
As novidades foram anunciadas durante a 18ª reunião plenária do Fórum Pix, realizada na primeira semana de dezembro. O Fórum Pix é um comitê consultivo permanente, que coordena diversos agentes de mercado na construção participativa e transparente do Pix.
“A segurança é um pilar fundamental do ecossistema. O nosso Grupo Estratégico de Segurança do Fórum Pix (GE-Seg) funciona de maneira ininterrupta para discutir evoluções nos mecanismos de segurança, sendo composto por especialistas no tema, do BC e de toda a indústria financeira”, afirma Carlos Eduardo Brandt, coordenador do Fórum Pix.
Crescimento exponencial
Em dois anos de funcionamento, o Pix acumula novos recordes a cada mês. Pouco tempo depois de ser lançado, em novembro de 2020, o meio de pagamento instantâneo já representava 5% das transações em estabelecimentos comerciais, incluindo comércio eletrônico. Hoje, de acordo com o BC, o Pix é responsável por 23% das transações totais realizadas no varejo, físico e on-line.
De acordo com Carlos Brandt, o Pix tem atendido às mais diversas necessidades de transferências e pagamentos de todos os agentes econômicos. Brandt destaca que o objetivo do Pix é servir a qualquer caso de uso.
“A construção do Pix é resultado de um processo de cocriação, cujo centro de discussões é justamente o Fórum Pix. O sucesso do produto é decorrente desse trabalho conjunto do BC, do Tesouro Nacional, dos integrantes do Sistema Financeiro e de vários outros agentes públicos e privados, que reflete no reconhecimento da sociedade”, ressalta Brandt.