O motor de inovação do Open Finance

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Entre os diversos desafios que a pandemia de Covid-19 impôs, globalmente, está a urgência para tirar a transformação digital do papel, tornando-a realidade no dia a dia dos negócios.

No setor financeiro, a premência para digitalizar negócios e democratizar o acesso a serviços encontrou terreno fértil no movimento de Open Finance. Para especialistas em tecnologia e no setor financeiro, 2021 é o ano decisivo no fortalecimento do Open Banking em todo o mundo.

De acordo com o estudo da PwC The future of banking is open How to seize the Open Banking opportunity, desenvolvido no Reino Unido, o Open Banking tem potencial para gerar cerca de US$ 10 bilhões ( £ 7,2 bilhões) em receita até 2022. Não apenas no Reino Unido, o ecossistema de serviços financeiros abertos vai favorecer, sobretudo, pequenas e médias empresas, incluindo as fintechs.

No Brasil, a implementação do ambiente de Open Banking, ou Open Finance no sentido mais amplo, coordenada pelo Banco Central chega à segunda fase em 15 de julho. Nessa etapa, os clientes poderão solicitar o compartilhamento de seus dados entre as instituições financeiras. Será possível autorizar o compartilhamento de informações referentes a dados cadastrais, transações em conta corrente, extrato de cartão de crédito e produtos de crédito.

Para que tudo isso aconteça de forma transparente e segura, há um arsenal de APIs (do inglês Application Programming Interface) em ação. Na prática, as APIs, também conhecidas como interface de programação de aplicativos, funcionam como um conjunto de padrões capazes de conectar dados de instituições financeiras e transformar essas conexões em aplicativos para facilitar transações e aquisição de produtos financeiros.

No ambiente de Open Finance, são as APIs que permitem aos bancos e instituições financeiras tradicionais o compartilhamento de dados, criando oportunidade de desenvolver produtos e serviços mais personalizados e democráticos. Elas funcionam como uma espécie de atalho, encurtando o caminho da inovação em setores mais tradicionais.

Com o avanço recente da regulação do ambiente Open Finance, sobretudo no Reino Unido, na União Europeia, na Austrália e no Brasil, os serviços financeiros abertos passam a exigir uma gama de produtos que só ganham vida por meio de APIs.

A chave para o aumento de receita

Além de garantir um caminho mais ágil nos processos de inovação, os desenvolvedores de APIs contribuem para aumentar a receita no ambiente Open Finance. Isso acontece porque são as APIs que possibilitam a criação de produtos que traduzem o comportamento e as preferências dos clientes.  

As APIs usam a ciência de dados para que os participantes do ambiente de Open Finance possam extrair valor dessas informações com total segurança para o cliente.

As instituições financeiras tradicionais já perceberam que precisam de um arsenal de APIs que desempenhem um papel muito além do simples atendimento das obrigações regulatórias.

Para fidelizar o cliente, é preciso oferecer o que cabe na realidade dele. Esse entendimento do que o cliente realmente precisa, com pitadas de aprendizagem de máquina e inteligência artificial, será decisório para manter e aumentar receitas.

A maioria dos relatórios que apontam tendências de Open Finance para os próximos anos destaca as oportunidades que a internacionalização de padrões trará para os desenvolvedores de APIs.

Entre os reguladores, sobretudo na Europa, existe a vontade de promover a interoperabilidade de serviços, aumentando a oportunidade de negócios para os envolvidos no ambiente de Open Finance. O futuro dos serviços financeiros abertos se espelha em um ambiente que permita transações transfronteiriças, com o objetivo de melhorar a experiência do consumidor.

“As fintechs e empresas que conseguirem construir experiências inovadoras e que gerem valor para os usuários vão tirar melhor proveito do Open Banking”

diz Marcelo França, CEO da Celcoin

O novo desafio é criar um ecossistema de APIs que apresentem relevância para bancos, instituições financeiras e fintechs. O valor das APIs precisa ser perecido na geração de receita, na segurança e na comodidade ao cliente.

Outra tendência é a resiliência das APIs. Quanto mais aptas a flexibilizar demandas, sem abrir mão da eficiência e da segurança, maior a percepção de valor pelos envolvidos no ambiente de open finance.

As instituições financeiras não têm mais tempo para testar modelos, precisam se unir aos parceiros de tecnologia que apresentem condições de implementar uma estratégia digital robusta e que estejam em linha com as tendências dos serviços financeiros abertos.

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