Saúde financeira da população no país piora desde o início da pandemia

Compartilhar

|

Para 46,8% dos brasileiros, não tem sido fácil lidar com o orçamento mensal. Essa camada da população sente algum nível de aperto financeiro. Mais de um terço dos brasileiros (34,2%) afirma gastar mais do que ganha. Os números fazem parte da segunda rodada da pesquisa que calcula o Índice de Saúde Financeira do Brasileiro (I-SFB), apresentada pelo Banco Central (BC) na segunda semana de novembro.

Desenvolvido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), com apoio técnico do Banco Central (BC), o I-SFB mostra que a saúde financeira média do brasileiro piorou nos últimos dois anos. O índice, de acesso gratuito, mostra que, entre o fim de 2020 e o início de 2022, houve uma redução de 1,2 ponto percentual. Passou de 57,2% para 56%.

Luis Mansur, chefe do Departamento de Promoção da Cidadania Financeira (Depef) do Banco Central, ressalta que o índice é fundamental para o desenvolvimento de políticas públicas e inclusão financeira. Outra atribuição do I-SFB, segundo Mansur, é auxiliar no autodiagnóstico de cada cidadão para aprimorar o processo de tomada de decisão em questões financeiras. 

“O índice é essencial para o desenvolvimento de políticas públicas de educação e inclusão financeira, o desenho e a oferta de produtos bancários adequados às necessidades dos cidadãos”, diz Mansur.

Com a ferramenta, o cidadão pode mensurar sua saúde financeira respondendo a 15 questões, em uma escala de 0 a 100 pontos. Pela pontuação obtida, a ferramenta faz um diagnóstico da saúde financeira do respondente em sete faixas: “ótima”, “muito boa”, “boa”, “ok”, “baixa”, “muito baixa” e “ruim”.

Entre a primeira e a segunda edição, as faixas que mostram maior bem-estar financeiro (ótima e muito boa) encolheram. Por outro lado, segundo o índice, as faixas que evidenciam menor conforto com a situação financeira (baixo, muito baixo e ruim), ou seja, faixas que concentram pessoas com maior estresse financeiro, aumentaram. 

Nessa edição, a ferramenta também evidenciou o avanço na quantidade de pessoas que possuem conta corrente, cartão de débito e poupança.

Sobre a pesquisa

Realizada entre janeiro e março de 2022, a pesquisa considerou uma amostra de 4.797 pessoas, em cinco regiões do país, com idade superior a 18 anos e bancarizados. O I-SFB é medido a partir de um questionário que permite calcular uma pontuação de 0 a 100, em uma classificação que vai de “ruim” a “ótima”. A equipe que elaborou o índice conta com mais de 70 especialistas das áreas bancária, acadêmica, membros do Sistema Financeiro Nacional como o setor cartão de crédito, birôs de crédito, empresas de leasing, especialistas em educação financeira e planejadores financeiros.

Cooperação Técnica

A criação do I-SFB faz parte do Acordo de Cooperação Técnica (ACT), firmado pelo BC e pela Febraban em novembro de 2019. O objetivo é desenvolver ações coordenadas de educação financeira voltadas para clientes e usuários de produtos e serviços financeiros. O projeto integra a dimensão Educação, da Agenda BC#.

Aumente o potencial do seu negócio com nossa infraestrutura

Fale com nossos especialistas