Fintechs concederam R$ 21 bi em crédito em 2023

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Fintechs concederam R$ 21 bi em crédito

O volume é 52% maior que o registrado em 2022, segundo dados da Pesquisa Fintechs de Crédito Digital, realizada pela PwC e a Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD). A avaliação é que as fintechs consolidaram suas operações e fortaleceram sua posição em um mercado cada vez mais competitivo 

A quarta edição da Pesquisa Fintechs de Crédito Digital, realizada pela PwC e ABCD, aponta que as fintechs mantiveram o crescimento e expandiram sua atuação em 2023, concedendo R$ 21,1 bilhões em crédito, volume que representa um aumento de 52% em relação ao ano anterior. 

A edição 2024 do estudo sinaliza que esse crescimento reflete a confiança dos consumidores nos serviços financeiros digitais e avalia que as fintechs consolidaram suas operações e ampliaram suas equipes e faturamento, fortalecendo sua posição em um mercado cada vez mais competitivo. 

Em 2022, o volume anual de crédito concedido foi de R$ 13,9 bilhões, um montante que havia ficado 9% acima dos R$ 12,7 bilhões ofertados em 2021, que, por sua vez, registrou aumento de 96% em comparação a 2020, quando as fintechs concederam R$ 6,5 bilhões.  

De acordo com os dados do estudo, as fintechs estão mais resilientes e se adaptam melhor aos momentos econômicos adversos. Elas também estão maiores: em 2023, mais fintechs de crédito digital ampliaram as suas equipes, ultrapassando 300 funcionários e na faixa intermediária de 21 a 50 funcionários — além de redução na proporção de empresas menores, com até 20 funcionários.

Além disso, de 2022 para 2023, a proporção de fintechs consolidadas (com faturamento ou investimento acima de R$ 20 milhões) cresceu dez pontos percentuais, representando agora 58% das empresas estudadas. 

Outro ponto relevante é o aumento da parcela de fintechs com autorização do Banco Central do Brasil para operar, sendo quase metade das fintechs pesquisadas (46%) com licença de sociedade de crédito direto (SCD) ou sociedade de empréstimo entre pessoas (SEP), em comparação a apenas 11% em 2019. No momento, 8% estão aguardando a liberação de licenças já solicitadas.

O estudo identificou ainda uma tendência de diversificação e crescimento em outros modelos como as instituições de pagamentos, as SEPs e as Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento (SCFIs). Esse padrão indica uma evolução no mercado para atender às demandas variadas de consumidores e empresas.

Diversificação 

A Pesquisa Fintechs de Crédito Digital também mostra uma maior diversificação geográfica dos clientes pessoa física das fintechs em 2023. Apesar de 74% das fintechs estarem sediadas no estado de São Paulo, observa-se ao longo dos anos uma quantidade crescente de clientes localizados no Nordeste, ultrapassando 17,5 milhões de pessoas.

No Brasil, a base de clientes pessoa física das fintechs saltou de 25,6 milhões em 2022 para 46,7 milhões em 2023, um aumento de 82%. No exterior, o crescimento no mesmo período foi de 58%.

As fintechs também ampliaram e diversificaram a oferta de produtos de crédito em 2023. A aposta no crédito pessoal não consignado e em cartões de crédito no ano passado demonstra um apetite maior por riscos, mitigado, segundo a pesquisa, por uma estratégia de diversificação para equilibrar opções mais arriscadas com outras mais seguras, como o crédito consignado para beneficiários do INSS.

O porcentual das fintechs que ofertam crédito pessoal não consignado passou de 30% em 2019 para 48% em 2023; as que oferecem crédito pessoal consignado (trabalhadores do setor privado), de 14% em 2019 para 25% em 2023; cartão de crédito rotativo e parcelado, de 5% para 18% no mesmo período; entre outros. 

Com relação ao atendimento a pessoas jurídicas (PJ), exclusivamente ou não, a pesquisa aponta que 62% das fintechs pesquisadas miram este segmento. A elevação na oferta de crédito rural e capital de giro de longo prazo demonstra um foco específico das fintechs em apoiar setores que requerem investimentos substanciais e de longa duração. Entre as empresas pesquisadas, 30% delas ofereciam crédito rural a taxas de mercado em 2023 contra 23% em 2019.

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